Living la Vida Loca

sábado, outubro 21, 2006

Fifth - V

É manhã de um novo dia, pelo menos sinto que é manhã porque o cheiro matinal é delicioso, é o cheiro de um novo começo, sim porque cada dia é sempre um novo começo. O renovado Ricardo, um myself renovado .

Sinto os raios miudinhos do sol a passar pela janela do quarto, este quarto enorme, nesta cama enorme, onde a minha mulher e sua pele deliciosa, macia e cheirosa, por vezes estão presentes. Este é nosso pequeno universo lácteo de mil e uma pintas, onde somos um casal, ou outras vezes dois corpo com uma alma.
Sinto a falta dela, realmente sinto, mas isso complementa-se com umas quantas xoxas malucas, que se caça por ai, eu sou a armadilha, o engenho e elas as vítimas, os cordeirinhos, a minha comida. Algumas mulheres realmente são tão fáceis apanhar, é só mostrar simpatia, uns bons muscúlos, um bocadinho de esperteza ou astúcia e estão no papo, depois é lhes dar uma cama ou um tecto, por uma noite e zás, acabam por fazer o que queremos. Realmente algumas mulheres são tão fáceis, são uns paezinhos sem sal, sem qualquer gosto, carentes ou não, não o sei, só sei que lhes dou só uma trinca e depois é tocar a deitar fora. É nestas alturas que sinto que me faltes falta, porque que és o contrário destas mulheres, porque és tudo para mim.
Realmente fazes-me muita falta amor, apesar de estares distante e eu andar com esta vida boémia, fazes-me muita falta. És única, és a única a quem eu digo verdadeiramente "Amo-te", essa palavra que deveria ser proibida na boca de muita gente, por não saberem o que significa esse Amor, essa palavra com um misto de sentimentos, sentidos, entranhas, pensamentos,actos e muito mais, que não pode ser explicada, simplesmente vivida.
Fazes-me realmente muita falta amor, tu e a nossa pequenina, esse nosso rebento que veio da dessa palavra e sentimento verdadeiro, palavra que sai do meu coração e sentimento quando estás comigo, e que tu e só tu sentes.
Sinto a vossa falta, sinto a falta de chegar a esta casa e dar-vos tudo, e mas mais do que tudo, a minha presença e o meu calor.
Os teus retratos ouvem-me a lamentar pela vossa ausência, a queixar pelas milhas de distância que me separa de vós, os uivos e choros abafados em dias abadalados ou depois de estar na companhia da comida insonsa.
Já passa meio ano desde que viajaste milhas de distância para a terra das oportunidades, essa terra que continua a ser do Uncle Sam. Sinto tanto a tua falta, Amor.
"......A cidade está deserta e alguém escreveu o teu nome em toda a parte, nas casas, nos carros, nas pontes, nas ruas...em todo o lado essa palavra repetida ao expoente da loucura. Ora amarga, ora doce, para nos lembrar que o amor é uma doença, quando nele julgamos ver a nossa cura.."- estás a ver amor, até parece que o rádio, a música, está a ler pensamentos e a escrever o que meu coração ainda sente. Este tempo todo sem ti, a melhor vacinação que tive, para esta tão declarada doença, tem sido o arrependimento com outras. Eu tiro este anel quando estou com outras, eu tiro o anel muitas vezes, não só na intuição de dar o tapete de boas vindas, mas porque ele pesa mais a cada dia que passa, este anel acarreta muita responsabilidade, muita mágoa. O ouro desta aliança só brilha quando estás por perto, como agora não estás tornou-se baça, sem esplendor, sem sentimento, deve estar a sentir a falta da sua cara metade, essa metade que está prostrada na tua mão esquerda, desde o dia em que dissemos sim.

Bem que queria agora viajar e ter ai contigo, saber como estás, se tens sentido o mesmo que eu sinto, se te lembras como ainda sou, como te amo, como eu sou o teu amigo, confidente, amante, marido, pai da tua filha, dono do teu coração como tu és do meu. Queria encontrar ir em busca das tuas mãos para que as alianças, os anéis se encontrassem novamente, brilhassem e tinissem ao amar. Quero estar ai para sentir a tua pele macia e rejubilante, quente como o teu todo, tocar nos teus cabelos de cor e cheiro amêndoa, passar os meus dedos para sentir os teus labios finos e suaves, beijando-os de seguida, quero ver os teus olhos, ver se eles continuam a ter a mesma vivacidade, ver a alma lutadora e forte que está em conjungação com o corpo e ideias. Quero ver-te e sentir-te, para parar de lamentar e pecar. Quero sentir novamente os dois corpos e uma alma. Quero ver como está a nossa pequena donzela, a minha princessa, como ela tem crescido, se se tornou mais sabichona e astuta, do que era. Astuta como eu, demais para a idade dela, o que me deixava supreendido e deveras contente e sabichona, como tu. Gostava de lhe comprar uma prenda e poder ver a sua alegria assim que a abrisse, e ouvir tuas palavras, meu amor, a dizer que não lhe deveria mimar tanto.
Não posso ter isto, porque as nossas vidas estão abandonadas ao destino do trabalho, destino que só acabará daqui a meio ano, meio ano que continuarei a foder qualquer que me diga que sou interessante ou que me ponha simplesmente a mão no meu sexo.
Quando acabar este jejum sentimental por ti, não sei se terei alguma vez coragem de te contar o que fiz, não quero ver o que construímos juntos ao longo de vários anos se destrua em poucas horas, numa pequena simples e séria conversa. Quando chegar o dia do nosso esperado encontro, vou falhar uma única vez na promessa que fizemos, a promessa da palavra sinceridade.

E se depois encontrar uma dessas gajas com quem eu enfiei o chupeto, for bater à minha porta ou telefonar para telefone ou telemóvel, desesperada, querendo mais uma vez o meu corpo, quando ela estiver por cá? Porque é que não me lembrei disto antes. Espera, mas o tempo apaga o passado, certo? Se calhar até lá as com quem já andei esqueçam que eu existe, devido o desgosto e pontapé que lhes dei. E se elas não esqueçerem? Foda-se, das próximas vezes que engatar uma gaja tenho de as levar para outro lado sitio e só lhe dar o número de telemóvel da empresa, sim é melhor, porque assim não me podem foder o juízo e mais tarde posso perder tudo e depois ficar na merda, e eu não quero isso pois não? Bem tenho de calcular melhor os meus passos dos meus 3 pés, da próxima, que tiver com uma insonsinha. É melhor calcular mesmo bem, porque senão!
"......Casa, Cama, Video, Sande e Sono, Calor nunca, Osso e sexo em mono, Sem ti........."

terça-feira, outubro 10, 2006

Forth - IV

Arrumo e deito fora os últimos restos da nossa consulta semanal, mensal, da nossas conversas de homens. Foi bom, realmente tenho neste grupo, bons amigos, amigos que gostam de ouvir os meus vários casos de piriquitas. É giro enquanto dura, só quando eles se vão embora sinto-me novamente só, só neste meu espaço, neste meu mundo, neste meu palácio, como o Pedro costuma dizer. Sinto-me só e com um desejo, um desejo que guardo em mim e só para mim, do qual não comento com nenhum deles, por achar que eles vão achar este assunto demasiado balelas, demasiado feminino, os homens têm de ser machões e deixar sentimentos de lado, mas na superficialidade também sofremos dos mesmos sintomas das mulheres e que deixamos corroer por dentro, até á nossa podridão. Sinto-me só e com este desejo, este desejo que me falta neste momento, o desejo de não acabar lobo solitário. Qualquer dia chegarei ao 40 anos e ainda estou para as curvas, saltitando de mulher em mulher, sem que tenha uma relação de amor, de cumplicidade, de, sei lá eu o quê, visto que não sei o que é realmente o amor. Se calhar até o sei só que é um tipo diferente amor.
A Daniela não passa mais de uma fuck buddy. Nunca vou conseguir ter mais do que uma relação de corpos. Ela ainda não cresceu, anda, ainda, com a futilidadade da adolescência na sua cabeleira loira e isso só por si excita-me, nada mais, mas detesto-a. Não poderei ficar com ela por muito mais tempo, assim continuarei a ser um gafanhoto que salta e salta sem saber meu destino, podendo acabar atropelado ou apanhado pelo tempo.
Quero amar, quero saber o que é amar, quero ter uma relação em que possa ver que os meus olhos, a minha boca, os meus genes, o meu Dna, possa estar presente em gerações futuras. Quero ter uma pessoa a meu lado todos os dias e que me diga com um sorriso rasgado, alimentado de alegria "Amo-te". Talvez até saiba o que é amar, só que não é esse amor que pretendo, sim conheço várias formas de amor, mas não são estes amares que quero sentir, quero saber amar construtivamente, visto que as paixões só nos destroem. Parecendo que não, as paixões tornam-se destrutivas para alguns, tal como eu, estas corroem-nos por dentro, deixando-nos um futuro incerto, acabando na mais simples solidão e é esta que eu não quero entrar e tenho medo de me aproximar. Se calhar até já estou só e não o sei.
Será que isto é que é o amor?, contrário de solidão?!
No papel e no pensamento é simplesmente uma palavra e uma ideia, e de resto o que será? Não o sei, sei e continuo sem saber. Espero num futuro próximo descobrir, sentir e não ouvir meramente a opinião, conversas e conclusões alheias. Realmente quero saber o que é esse amor, sentir esse amor, crescer com esse amor e ao mesmo tempo tenho medo de o sentir. É como se diz, temos sempre medo do desconhecido. Continuo a olhar para os restos de comida e sinto-me que estou a ser consumido e quando não der para mais nada, serei enviado, como estas pequenas partículas de comida, para o lixo, acompnhado por tudo e pelo vazio, este vazio que me vai na alma. Afinal o que será o amor?